sábado, novembro 08, 2008

Rio de Janeiro

PÃO DE AÇUCAR

COPACABANA


sexta-feira, junho 13, 2008

ASAS CORTADAS - Jorge Vercilo

Eu, pássaro perdido
Que avoou sem medo

Quando era menino
Sério, eu chego a me lembrar
e logo chega o mundo
Pra intimidar
Eles gritam e conseguem me assustar
Eu me sinto gaivota sobre o mar
Que afundou as asas nas manchas de óleo ao mergulhar
E agora não consegue mais voar
Um dia eu vou voar

Sei , sei tudo que posso
Mas vem essa lei
e impõe o ócio
quem tem um olho é rei
Se eu desafiar, incomodarei
Vez em quando bate um vento por aqui
Abro as minhas asas pra tentar subir
Mas com tanto tempo preso a essas grades, me esqueci
E agora tenho medo de cair
Tiê,
Venha das alturas me salvar
No maciço da Tijuca pousará
Onde as nuvens se debruçam
E eu não canso de esperar
Sua liberdade me libertará
Abra as suas asas

Vai sem medo, vai
Vai ganhar o céu
Quem provou da liberdade
não terminará
Preso às próprias grades
Um dia eu vou voar
Eu já vivi no ar

Vem me ver voar
Vem me ver voar

quinta-feira, junho 12, 2008

Legalista?

O termo legalista já é umas das palavras mais pronunciadas nas comunidades cristãs, sempre é dito: - “O João é legalista, Cicrano é legalista”. Mas então o que vem a ser um legalista? São pessoas governadas sumariamente por regras e leis, o que está automaticamente ligado à palavra fundamentalismo, que significa a observância rigorosa às crenças religiosas tradicionais.Um legalista não aceita mudanças e prefere ver a vida da maneira que ele julga correta não se importando com as diferenças, ou se adequam a ele ou está fora.Mas e o legalista ao reverso, aquele que pensa que somente ele tem um estilo de vida despojado, que só ele tem a “mente aberta” ou um estilo de vida alternativo, este nada mais é que um fundamentalista com alma de anarquista. Pelo fato de não aceitar ou compreender outras tribos, outras formas de vida. Ou de somente ele ter a razão para as verdades bíblicas.Discussões inúteis são travadas, cismas, igrejas tornam-se verdadeiros centros de debates de gerações e o evangelho torna-se apenas quatro livros de capa preta empoeirado. Ou seja, se penso que somente eu tenho a mente aberta, ou somente eu sou o “certinho” da comunidade. Tenho que tomar cuidado, pois em uma mente aberta toda espécie de lixo pode entrar e na vida de um certinho, qualquer escorregão torna-se em um escândalo irreparável. Por isso o cuidado que se deve ter com o equilíbrio é muito importante, o apostolo Paulo diz em uma de suas cartas que tudo é permitido mais nem tudo convém; tudo é permitido mas não me deixarei dominar por nenhuma delas. Ou seja os cristãos são chamados para serem livres, equilibrados no seu modo de viver, não acusadores, mais pessoas que se entendem e que se completam como um corpo uno. Triste é ver que o fundamentalismo, a falta de compreensão divide este corpo, do qual a mente deixa de ser a de Cristo para ser a perda em vãs filosofias.Os cristãos perdem a sua identidade primitiva; da união, da aceitação, do venha como está, para dar lugar a falsas motivações, como escreveu o pregador as ilusões que estão debaixo do sol.

quinta-feira, janeiro 24, 2008

Calma, vá devagar

...
Certa vez, Jesus chamou seus discípulos e os advertiu sobre o valor da vida. Suas palavras foram agudas: “Pois que adianta ao homem ganhar o mundo inteiro, e perder-se ou destruir a si mesmo?” – Lucas 9.25. Por anos, entendi este texto como uma advertência para que as pessoas não gastem seus dias tentando conquistar o mundo e, no fim, acabarem no inferno. Ultimamente, graças também a Nova Versão Internacional da Bíblia, passei a compreender a afirmação de Jesus, como uma advertência existencial. Para que se esfolar por ideais se, no processo, acabar como uma pessoa sem alma, isto é, sem afetos, solidariedade e humanidade?
O ativismo brota de dois vícios existenciais: onipotência e narcisismo. O ativista acredita que tem saúde de ferro, que é imprescindível, que foi eleito o preferido dos deuses, que faz tudo melhor do que qualquer pessoa. O ativista trabalha porque, geralmente, também se enxerga como o mais bem talhado para as grandes tarefas. Ele Imagina que se algum empreendimento tiver que dar certo, tem que ter a sua contribuição. Assim, se fosse um corredor, só revezaria consigo mesmo; o medo de perder a corrida não permite que confie em qualquer parceiro.
O narcisismo é diferente porque todas as pessoas possuem alguns elementos narcisistas. O problema do narcisismo é quando ele descamba e se torna depreciativo; quando encaramuja. Um belo exemplo desse narcisismo doentio pode vir do futebol. Sabe o jogador que não admite que exista alguém que tão bom quanto ele? Em minha infância era chamado de “fominha", pois não tem espírito de equipe, não passa a bola, quer resolver tudo sozinho e sempre prejudica o time; no dia em que se aposentar, será visto na arquibancada xingando os novatos que “só apresentam um futebol inferior”.
Somos curados da onipotência quando despertamos para a nossa mortalidade. Somos provisórios, efêmeros. Passamos rapidamente. Há pouco, constrangi-me quando vi um ancião entrando num avião, ajudado por três pessoas e arrastando os pés. Era o pastor de uma mega igreja que em tempos passados arrebatava multidões; agora mal se equilibrava para andar. Nossos dias se acabam ligeiros. Não adianta se afobar. Você não é dono da palmatória que corrige o mundo. Conta-se que os imperadores romanos colocavam escravos nas bigas dos generais romanos que triunfavam nas batalhas para repetirem uma só frase: “Memento mortale est” – lembra-te que és mortal; era o antídoto da arrogância.
Contemple os grandes ícones da história. Todos morreram e a vida continuou. Paulo, o apóstolo responsável pelo avanço do cristianismo, foi decapitado e depois dele vieram outros que levaram a tocha do evangelho. Martin Luther King foi assassinado e sua causa continuou a ser defendida com o mesmo ardor; a liberdade civil dos negros se concretizou mesmo sem ele.
Somos curados do narcisismo quando aprendemos a valorizar dons e potenciais alheios. Já lhe disse antes: você sempre encontrará pessoas mais bonitas, mais talentosas, mais ricas, mais espiritualizadas e, se for longevo, mais jovens do que você. E como é gostoso não precisar provar nada para ninguém! Busque a excelência, mas livre da necessidade de angariar simpatias, aplausos ou aceitação.
Diego, discipline-se para ler; aprenda a degustar a vida devagarinho. Fuja dos “fast-foods”; na mesa, gaste tempo conversando, ouvindo. Time is not money - o tempo é vida e vida é uma riqueza não renovável. Assim, combata a ansiedade e diga mais vezes: “deixa estar” – let it be. Não se enxergue como uma abelha que vive para a colméia; seja um amigo que sabe curtir os bons momentos.
Lembre-se, desta vida só levaremos boas memórias. Portanto, torne-se um alquimista que transforma cada experiência, evento ou alegria, num sacramento que você carregará no bolso da alma até a eternidade.

Ricardo Gondim

sexta-feira, janeiro 11, 2008

Possibilidades

#1
Deus não existe, então nada é importante. Isso é niilismo. Um mundo sem Deus é vazio de valores superiores, ou como disse Nietzsche, “faltam os fins, não há mais resposta para a questão: para que?”. Pensamento concorde com Dostoiévski: "Se Deus não existe e a alma é mortal, tudo é permitido". Deus é a base absoluta do juízo moral, a única plataforma verdadeira de responsabilidade infinita. Os céticos aos poucos se tornam cínicos. E logo se tornam loucos. Não é possível ao homem sobreviver no vazio.


#2
Deus existe, então nada é importante. Isso é fanatismo. Separar Deus de sua criação e jogar todas as fichas na transcendência, numa espiritualidade abstrata, implica abandonar a única possibilidade de encontro com o divino, a saber, a imanência, com que se pode interagir dada a transparência. A tentativa de experimentar Deus além da imanência é ilusória. Dar as costas ao mundo de Deus é desprezar o Deus do mundo. Não peço que os tires do mundo... Apenas os fanáticos se sentem bem na “espiritosfera”. E lá também enlouquecem.

#3
Deus não existe, então tudo é importante. Isso é materialismo. É dar valor último ao que é penúltimo. Chesterton tinha razão, quando deixamos de acreditar em Deus, acabamos crendo em qualquer bobagem. O que é esse “tudo” sem Deus, senão deus? Ainda não entendi (falha minha, é claro), a lógica que afirma que a descrença em Deus resulta em melhor humanidade. Se Deus não existe, tudo é efêmero. Então tudo é temporariamente importante. O que é temporariamente importante, não é importante em si, mas em sua função no tempo. Toda importância é relativa. Toda importância relativa é uma desimportância. Esta terceira possibilidade não me faz sentido. Entre esta e a primeira, fico com a aquela.

#4
Deus existe, então tudo é importante. Isso não sei o que é. Mas é a fé que me mobiliza.

(Ed René Kivitz)

quinta-feira, janeiro 10, 2008

"Raspe a tinta de um liberal e você encontrará um fundamentalista alienado embaixo dela" (Renny Scott)